- Vivere L’Itália: Encanto Azul da Itália
Encanto Azul da Itália: Puglia
Roteiro inspirado no filme " Io Che amo Solo Te"
A região de Puglia, no sul da Itália, é muito mais do que uma paisagem encantadora; é um verdadeiro protagonista no filme “Io Che Amo Solo Te” (2015). Baseado no livro homônimo de Luca Bianchini, o filme usa as belezas e a autenticidade de Puglia como pano de fundo para uma história de amor, tradições e encontros emocionantes.
A história, centrada na vila de Polignano a Mare, apresenta a região em toda a sua glória: o mar azul vibrante, as ruas de pedra e a atmosfera atemporal que envolve os visitantes. Puglia não é apenas uma locação no filme, mas um reflexo da essência italiana — um lugar onde o passado e o presente se encontram, e as emoções ganham ainda mais intensidade graças à beleza da paisagem.
Neste roteiro vamos conhecer na região de Puglia:
Polignano a Mare: A joia do Adriático
O coração de “Io Che Amo Solo Te” é a pitoresca Polignano a Mare, famosa por suas casas brancas construídas sobre falésias que se lançam ao mar cristalino. No filme, esta vila simboliza o romance e conexão.
Ponte Lama Monachile
Uma das vistas mais icônicas de Polignano a Mare, frequentemente destacada no filme.
As Grutas Marinhas
Uma maravilha natural que aparece como parte do charme único da região.
As Ruas Históricas
Caminhos estreitos e floridos que criam um ambiente acolhedor e cheio de vida.
Puglia e Suas Tradições no Filme
O filme captura não apenas a beleza visual de Puglia, mas também sua riqueza cultural. Desde a comida típica até os rituais e celebrações tradicionais, “Io Che Amo Solo Te” é um mergulho no estilo de vida italiano, especialmente no que diz respeito às relações familiares e às tradições de casamento.
Culinária
Puglia é famosa por seus pratos regionais, como orecchiette al sugo e azeite de oliva, que aparecem em momentos do filme.
Casamentos e Festas
As celebrações são retratadas com autenticidade, desde a preparação até o banquete, sempre com cenários que exaltam a beleza da região.
Puglia como Destino Cinematográfico
Além de “Io Che Amo Solo Te”, Puglia tem sido usada em várias produções graças à sua paisagem diversificada e ao charme autêntico. Os viajantes que visitam a região podem reviver as cenas do filme enquanto exploram outros locais como os quais vamos visitar no roteiro sugerido.
Ostuni, a Cidade Branca: "Uma Joia do Adriático"
Ostuni, conhecida como a “Cidade Branca”, é uma verdadeira preciosidade que deixa marcas profundas no coração de quem tem a sorte de visitá-la. Com origens que remontam aos tempos antigos, suas ruas contam histórias e transmitem emoções que atravessam milênios.
O centro histórico é um labirinto fascinante de ruas de paralelepípedos, onde cada esquina parece transportar os visitantes de volta no tempo. As casas, todas pintadas de branco, brilham intensamente sob o sol mediterrâneo, refletindo luz e espalhando uma sensação de pureza e serenidade.
Além de ser um deleite visual, Ostuni é também um paraíso para os amantes da gastronomia. A cozinha da Apúlia, famosa em todo o mundo, oferece uma experiência única. Desde orecchiette até as azeitonas locais, passando por tomates maduros e queijos artesanais, cada prato é uma celebração das tradições e do amor pela boa comida.
As ruas charmosas do centro histórico abrigam lojas de artesanato que oferecem verdadeiros tesouros locais. Cerâmicas pintadas à mão e objetos esculpidos em madeira são apenas algumas das peças que homenageiam o rico artesanato da região.
Ao cair da noite, Ostuni revela sua magia. As luzes das ruas iluminam o cenário e o horizonte se transforma em um espetáculo de cores que vai do azul profundo ao rosa suave. Essa atmosfera única captura o coração de todos que a vivenciam.
A essência de Ostuni é um convite para desacelerar, explorar e apreciar a beleza escondida em cada detalhe. Um destino perfeito para quem valoriza arte, história e cultura, Ostuni também oferece acesso a uma deslumbrante costa banhada pelo Mar Adriático.
Ostuni convida você a descobrir sua essência atemporal e se encantar com sua beleza, história e hospitalidade. Venha explorar a “Cidade Branca” e permita-se viver momentos inesquecíveis nesse tesouro mediterrâneo.
Alberobello: "A Cidade dos Trulli e da História Viva".
Mil e quatrocentos “trulli” se concentram em Alberobello, na região da Puglia, no sul da Itália. Um lugar ímpar. Diferente de tudo que se pode imaginar. De conto de fadas. Você sabe o que é “trulli”?
Alberobello é um lugar encantador, onde o tempo parece ter parado para preservar sua singularidade. Suas casinhas brancas de calcário, conhecidas como trulli, encantam com suas cúpulas em forma de cone e telhados de pedra decorados com símbolos que vão de religiosos a pagãos, hebraicos ou até signos do zodíaco. Cada detalhe carrega o desejo de trazer boa sorte e proteger quem ali vive. Em italiano, no plural, dizemos “trulli” ao invés de “trullos”, reforçando a musicalidade dessa língua tão rica.
Situada a 428 metros acima do nível do mar, Alberobello se espalha por dois montes. A parte leste é mais nova, enquanto a oeste está o coração histórico: os trulli, declarados Monumento Nacional Italiano em 1910 e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1996. Essas construções tão peculiares surgem diretamente do solo calcário da região, rico em pedras que não apenas sustentam as casas, mas também tornam a terra fértil para a produção de olivas, amêndoas e uvas que alimentam o corpo e a alma de seus habitantes.
No século XVI, o formato dos trulli foi uma solução engenhosa e forçada. Sob as ordens do conde Guercio di Puglia, os camponeses tinham de construir suas casas usando apenas pedras locais, sem argamassa. Isso permitia que, em caso de inspeção do governo de Fernando de Aragão, as casas pudessem ser rapidamente desmontadas e reconstruídas, evitando o pagamento de impostos. Essa prática, inicialmente prática e política, tornou-se parte indelével da arquitetura e da cultura da região.
Alberobello tornou-se independente em 1797, mas mantém viva sua tradição até hoje. Passear por suas ruas é como entrar em um conto de fadas, onde cada trullo conta uma história de resiliência, engenhosidade e beleza atemporal. É um destino que não apenas impressiona, mas toca o coração e a imaginação de quem tem o privilégio de conhecê-lo.
Pitoresca Locorotondo: "Um Sonho de Verão no Coração da Puglia"
Adentrar Locorotondo é como mergulhar em uma pintura delicada, onde cada detalhe parece feito à mão. Essa pequena cidade circular, quase toda reservada aos pedestres, guarda um charme único. Há turistas, mas em sua maioria europeus, o que mantém as ruelas tranquilas, quase silenciosas, convidando a um passeio despretensioso por seus segredos.
Em alguns pontos, rendas de crochê pendem delicadamente sobre as ruas, como se cada peça contasse a história das tradições locais. As mesas dos restaurantes se espalham pelos becos brancos, quase perdidas, mas sempre conectadas a uma porta próxima. É fácil imaginar os aromas convidativos que escapam dessas cozinhas, e os garçons, com aquele charme quase cinematográfico dos italianos, tornam a experiência ainda mais autêntica.
Em meio ao silêncio das ruas, passei por uma celebração de casamento. Tudo transbordava elegância: convidados impecáveis, seguranças discretos e um ar de exclusividade. Por um momento, cogitei entrar de penetra, mas logo me veio à mente a imagem de um Don Corleone sulista – prudência nunca é demais. Com um sorriso no rosto, continuei minha caminhada.
Explorar Locorotondo é um sonho, especialmente em uma tarde ensolarada de verão. Suas ruelas parecem segurar você ali, sussurrando histórias e pedindo para serem exploradas por mais tempo. Mas, como toda viajante curiosa, eu tinha outros destinos estavam me esperando.
A ideia de caminhar até lá me parecia irresistível, especialmente após ler que o percurso pela campania italiana oferecia vistas deslumbrantes dos campos e figueiras. Nosso anfitrião, achou a proposta absurda – “É coisa para se fazer de carro”, disse ele, nos olhando como quem vê uma louca. Ah, pobre inocente. São nesses momentos que percebo que, às vezes, os visitantes enxergam caminhos que os locais já esqueceram.
Locorotondo ficou para trás, parecendo uma pintura emoldurada à distância. Cada passo nos conectávamos ainda mais à alma da Puglia, onde o passado e o presente se encontram em um cenário de beleza intocada. Foi uma jornada que me lembrou que viajar é muito mais do que chegar – é sobre o que encontramos ao longo do caminho.
Monópoli "Uma Joia Escondida no Alto do Penhasco"
Escondida no alto de um penhasco, a nove metros acima do nível do mar, essa cidade é um refúgio encantador, onde o tempo parece se mover mais devagar. Suas ruas, verdadeiros labirintos, guardam segredos em cada esquina. Igrejas imponentes, monastérios silenciosos, criptas misteriosas e antigas casas brancas formam o cenário perfeito para uma viagem no tempo.
Com menos de 50 mil habitantes, é como se cada construção contasse histórias que remontam ao século VII, quando lombardos e bizantinos transformaram o lugar em um próspero porto comercial.
O prazer de explorar esse paraíso está nos detalhes. Caminhar sem pressa pelas vielas floridas do centro histórico é como se perder em um sonho. No porto antigo, pescadores dedicados preparam suas redes, crianças brincam alegremente, e senhoras escolhem com cuidado os melhores produtos locais para suas refeições. Quando o cansaço chega, não há nada melhor do que sentar em um café ou restaurante à beira-mar, desfrutar de um prato delicioso e se perder na imensidão do horizonte azul.
Embora pequena, a cidade oferece experiências inesquecíveis. Com menos de duas horas, você pode explorar suas ruas e se encantar com a simplicidade e a beleza do lugar. Mas para quem busca mais, há excelentes hotéis, restaurantes renomados e um litoral de 14 quilômetros repleto de mais de 25 enseadas de tirar o fôlego.
No inverno, a cidade revela sua face mais tranquila, ideal para quem deseja escapar do ritmo frenético e vivenciar a essência da vida local. Já no verão, o cenário muda. A energia das ruas se intensifica, os turistas chegam e o lugar ganha uma vibração contagiante, perfeita para quem ama a animação de um destino cheio de vida.
Seja no silêncio do inverno ou na agitação do verão, essa cidade é uma experiência inesquecível, um convite para viver a beleza simples e genuína de um destino que cativa o coração de todos que a visitam.
Matera: "Onde História e Contrastes se Encontram".
Matera é uma cidade única, difícil de comparar com qualquer outro lugar no mundo. Com uma personalidade que alterna entre o rústico e o vibrante, ela surpreende a cada esquina. Na parte baixa, suas cavernas e grutas evocam um ar misterioso, quase sombrio. Já na parte alta, a energia juvenil e a vida nas praças criam um contraponto cheio de movimento. Essa dualidade faz de Matera um dos destinos mais fascinantes e intrigantes da Itália.
Conhecida como a “Cidade Subterrânea”, Matera tem suas raízes na pré-história. Localizada na borda de um desfiladeiro rochoso na região da Basilicata, no sul da Itália, é um dos lugares habitados mais antigos do mundo, ainda preservado. Seus primeiros habitantes viviam em grutas e cavernas esculpidas diretamente nas rochas, chamadas de sassi – termo italiano que significa “pedras”. Essas cavernas foram cavadas ao longo de séculos, de maneira aparentemente caótica, criando um emaranhado de caminhos que parecem desafiar a lógica. A paisagem lembra cenários de outro planeta e tem algo de mágico e surreal, trazendo à memória a Capadócia, na Turquia.
O contraste de Matera começa a se revelar após o século XVII, quando a parte alta da cidade começou a se desenvolver. Mansões grandiosas, palacetes, conventos e monastérios surgiram, acompanhados por um sistema hidráulico revolucionário que trouxe água às áreas mais altas do desfiladeiro.
Um destino de opostos que se complementam. No inverno, encontrei uma cidade viva, com jovens ocupando praças e ruas até altas horas, algo incomum em um país conhecido por sua população envelhecida. Mas há também um lado silencioso e introspectivo. Hospedar-se em um hotel como o Sextantio Le Grotte della Civita, situado em uma caverna restaurada, é uma experiência que mergulha o visitante em séculos de história, proporcionando um contraste absoluto entre o moderno e o antigo, o sofisticado e o primitivo.
Não é à toa que Matera tem sido palco de mais de 40 produções cinematográficas. Seu cenário único já deu vida a histórias épicas, sendo a mais famosa delas “A Paixão de Cristo”, dirigida por Mel Gibson em 2004.
Matera é mais do que uma cidade. É um encontro com o passado e o presente, com o rústico e o refinado, com o silêncio e a vida pulsante. Um destino que deixa marcas profundas e convida à reflexão em cada um de seus cantos.